PF faz operação Rosa dos Ventos em Cotia
A Policia Federal deflagrou na manhã desta terça (15/08), em Cotia, a Operação Rosa dos Ventos, que investiga crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro, falsificação de títulos públicos e negociações de pedras preciosas. O prejuízo apurado totaliza 3 bilhões de reais em impostos sonegados e multas não pagas.
A 9ª Vara Federal de Campinas expediu 36 mandados de busca e apreensão e 24 de prisão temporária nos Estados de São Paulo (Cotia, Campinas, Mogi Mirim, Guarujá, Paulínia, Santa Rita do Passa Quatro e Americana), Minas Gerais (Belo Horizonte), Goiás (Anápolis, Santa Helena, Goiânia) e no Distrito Federal.
O inquérito policial foi instaurado em março de 2013, após a Receita Federal descobrir crimes de sonegação fiscal em uma distribuidora de combustíveis em Paulínia, no interior de São Paulo. Ao longo da investigação, a PF apurou que as distribuidoras de combustível eram registradas em nome de sócios-laranja e que não recolhiam os tributos que incidem sobre a atividade. O esquema fraudulento permitiria aos criminosos, então, oferecer preços menores e obter lucros maiores. A concorrência desleal pode ter levado empresas que atuam dentro da lei a fechar as portas.
Segundo a investigação, ‘há provas de que os investigados falsificavam títulos da dívida pública da União’.
Os papeis eram usados para aumentar o capital social das empresas e obter financiamentos.
Apenas um dos títulos falsificados representaria uma dívida de R$ 32 bilhões.
A investigação aponta que foram criadas dezenas de empresas, todas colocadas em nome de laranjas para proteger os verdadeiros donos de dezenas de empresas. Assim, o patrimônio pessoal dos empresários era protegido por meio de companhias localizadas em paraísos fiscais.
Foram recolhidas provas de evasão de divisas, fraudes envolvendo pedras preciosas e à execução processual, cujo objetivo era frustrar o direito de terceiros aos bens, sobretudo o Fisco. Segundo a PF, um lote de pedras preciosas estava sendo negociado pelos membros da organização por 650 milhões de dólares (cerca de 2 bilhões de reais).
Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crimes de mineração, evasão de divisas, crimes de mineração e falsificação de papéis públicos, com penas que podem chegar a até dez anos de prisão e multa.